Quando me comparo, me esqueço.

Quando me comparo, me esqueço.

 

Nem toda comparação nasce da inveja.  Às vezes, ela vem do esquecimento de quem somos.

Você já percebeu quantas vezes, ao longo da vida, se comparou com outras pessoas? Com os corpos, os caminhos, as conquistas, os relacionamentos, os jeitos de ser e existir… Como se houvesse uma régua invisível ditando o quanto você deveria pesar, sentir, produzir, se expressar. E, quase sempre, essa régua não foi criada por você.

Essa comparação constante é exaustiva. E mais do que isso: ela adoece.

Adoece o corpo, que começa a carregar tensões, sintomas, desconfortos. Adoece a alma, que se cala diante do esforço de tentar caber em moldes que não acolhem sua verdade. Na Psicossomática Junguiana, compreendemos que o corpo fala e muitas vezes ele grita quando deixamos de escutar a nós mesmas.

Cada dor recorrente, cada insônia, cada sintoma inexplicável pode carregar uma mensagem. Uma tentativa do inconsciente de nos lembrar que algo está em desequilíbrio, e que seguir se comparando, se exigindo e se desconectando de quem somos tem um preço alto.

Na Psicoterapia Junguiana, entendemos que esse movimento de comparação pode estar ligado a complexos inconscientes, padrões de adaptação ao coletivo, imagens internas moldadas desde a infância. Muitas vezes, crescemos tentando corresponder às expectativas do mundo e esquecemos de escutar a nossa própria alma.

É por isso que o trabalho terapêutico é um convite à reconexão. A psicologia junguiana não busca “consertar” você, mas sim ajudar você a se lembrar de quem é. De reconhecer sua individualidade, sua história única, seus símbolos internos, seus ciclos. A arteterapia, por sua vez, é o espaço onde essa alma encontra expressão. Enquanto a fala nomeia, a arte revela o que ainda não tem palavras.

Por meio das imagens, cores, formas, movimentos e texturas, podemos acessar partes profundas de nós mesmas, aquelas que foram silenciadas pelo medo da comparação, da inadequação, do julgamento.

Ao criar, você se vê. Ao se ver, você se encontra. E quando se encontra, as comparações começam a perder força. Porque você passa a perceber a beleza de ser quem é. Você não precisa se parecer com ninguém. Não veio ao mundo para caber em moldes prontos. Seu corpo tem seu tempo. Sua alma tem sua dança. Sua história tem valor.

Talvez o primeiro passo para silenciar as comparações seja parar de se comparar e começar a se contemplar, com presença, com carinho e  com verdade. E, se quiser companhia nesse caminho, a psicoterapia, a arteterapia e a escuta do corpo podem ser grandes aliadas. Vamos juntas reconhecer a beleza que existe em ser você! 

Eu te espero, você vem?

Psicóloga Aline Lisboa
Psicóloga Aline Lisboa
Aline Lisboa Farias, psicóloga graduada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e pós-graduada em Arteterapia pelo IJEP (Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa). Atualmente, estou em formação como pós-graduanda em Psicossomática Junguiana (Instituto Freedom) e estudante de Psicologia Corporal e dançaterapia, campos que ampliam meu olhar integrativo sobre a saúde mental e o bem-estar. Além disso, sou palestrante, escritora e supervisora clínica, atuando na orientação e desenvolvimento de profissionais da área.

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