Na psicologia junguiana, cada pessoa é vista como um ser único, com um ritmo interno que precisa ser respeitado para que haja equilíbrio. Carl Jung nos ensina que a jornada do autoconhecimento é profundamente individual, e que a integração dos aspectos conscientes e inconscientes da psique só ocorre quando permitimos que nosso próprio ritmo se manifeste de forma natural e autêntica.
Ao levarmos em consideração a consciência corporal e a psicossomática, entendemos que o corpo é um reflexo direto da nossa psique. Nossas emoções, pensamentos e experiências ficam gravados em nosso corpo, e muitas vezes o corpo envia sinais quando algo não está em equilíbrio. O cuidado com o nosso ritmo envolve ouvir esses sinais e reconhecer quando precisamos desacelerar ou intensificar nosso movimento.
Quando falamos sobre a cíclicidade feminina, estamos nos referindo à conexão profunda da mulher com os ciclos naturais da vida, como o ciclo da lua, das estações do ano e, especialmente, o seu próprio ciclo menstrual. A cíclicidade feminina nos ensina que cada fase da mulher — seja de introspecção, ação, criatividade ou descanso — tem um propósito essencial. Respeitar a cíclicidade feminina é honrar essas variações naturais e compreender que não há uma forma única de viver, mas sim um processo dinâmico, que envolve reconhecer e adaptar-se aos próprios ritmos interiores.
A psicossomática revela que a desconexão de nossos próprios ciclos pode gerar desequilíbrios e até manifestações físicas e emocionais. Quando não escutamos nosso corpo e tentamos viver de acordo com os ritmos impostos por padrões externos, podemos experimentar tensões ou esgotamento. Por outro lado, quando nos alinhamos com nossa cíclicidade, conseguimos navegar as fases da vida de forma mais harmônica e saudável.
Esse entendimento se amplia ainda mais ao olharmos para o conceito da Mulher Selvagem, que Clarissa Pinkola Estés aborda em Mulheres que Correm com os Lobos. Ela nos convida a resgatar a conexão com nossa natureza instintiva e selvagem, aquela parte de nós que é espontânea, intuitiva e fiel ao nosso próprio ritmo interior. As mulheres que correm com os lobos estão em sintonia com os ciclos da vida, aceitando as suas sombras e luzes, e reconhecendo que cada fase tem seu propósito.
Estés nos ensina que, assim como os lobos, a mulher deve ouvir seu próprio chamado interior, seu instinto. Ao cuidar de seu ritmo, ela se reconcilia com as fases que a vida lhe impõe, seja na quietude ou na ação, sabendo que todas essas fases são igualmente valiosas. Ignorar esse ritmo, ou tentar viver no ritmo dos outros, pode levar ao esgotamento, ao medo ou até à perda de si mesma. A mulher que corre com os lobos entende que o respeito pela sua cíclicidade é essencial para a saúde mental, emocional e física.
Portanto, cuidar do seu ritmo é ter consciência de suas necessidades emocionais, físicas e mentais, respeitando seus limites, mas também se permitindo avançar quando estiver pronta. O processo de autoconhecimento é uma dança sutil entre o que o corpo e a mente exigem, respeitando o tempo de cada um.
Ao honrar a cíclicidade feminina e se reconectar com a sabedoria do seu corpo e da sua psique, você encontra harmonia e bem-estar.
Se você sente que precisa de apoio para compreender melhor o seu ritmo ou está em busca de uma jornada de autoconhecimento mais profunda, a psicoterapia pode ser um excelente caminho.
Através de um processo terapêutico, podemos explorar suas emoções, corpo e ciclos internos, promovendo um maior entendimento e alinhamento com sua verdadeira essência.
Se você está pronta para essa jornada, estou à disposição para acompanhá-la nesse processo. Vamos juntos cuidar do seu ritmo?
Eu te espero, você vem